sábado, 31 de agosto de 2013

INTENÇÕES DE ORAÇȎES DO MÊS DE SETEMBRO


22º Domingo do Tempo Comum

O humilde será exaltado

Reflexões dos santos sobre a humildade 


A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. 

“Por acaso os mulos deixam de ser animais torpes e disformes por estarem carregados de perfumes e móveis preciosos do príncipe?” Esta é a verdadeira realidade da nossa vida: Ut iumentum factus sum apud te, Domine, diz a Sagrada Escritura: somos como um jumento que o amo, quando quer, carrega com tesouros valiosíssimos.
São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São Mateus



Uma Gota de Água Limpa 
   Madre Teresa de Caucutá

Um dia que a Madre Teresa estava em Roma de regresso de Oslo, ano 1979, onde lhe tinham entregado o Prémio Nobel,

 um jornalista perguntou-lhe se pensava que as suas fadigas tivessem mudado o mundo e ela respondeu:
-Olhe, nunca pensei em mudar o mundo. Só procurei ser uma gota de água limpa em que o amor de Deus pudesse brilhar. 
Esforce-se também você por ser um gota de água limpa e já seremos dois. 
É casado?
-Sim, Madre.
-Então, diga também à sua esposa e, assim, já seremos três! 

Tem filhos?
-Três filhos, Madre.
-Diga também a eles e, assim, já seremos seis.

“Não abaixemos nunca os olhos, mas humilhemos os nossos corações; não demos a entender que queremos ser os últimos, se desejamos ser os primeiros”
São Francisco de Sales, Introdução à vida devota, cit., pág. 159.
 

INTENÇÕES DE ORAÇȎES DO MÊS DE SETEMBRO

Geral: Para que os homens do nosso tempo, muitas vezes oprimidos pelo barulho, redescubram o valor do silêncio e saibam ouvir a voz de Deus e dos irmãos.
Missionária: Para que os cristãos que sofrem perseguição em várias regiões do mundo possam ser, com seu testemunho, profetas do amor de Cristo.
Bispos: Para que aos jovens seja dada possibilidade de trabalho estável e honesto, e o assumam com responsabilidade e espírito de sacrifício.
Mariana: Para que a Mãe de Deus, dissipe as trevas do nosso mundo e ilumine o nosso caminho, para podermos crescer na fé, firme n’Aquele que tudo pode e a todos ama sem medida.

Sacerdotal: Coração de Jesus, que os  sacerdotes sejam homens convertidos e renovado pelo Espírito, que vivem da relação pessoal com Cristo, fazendo constantemente próprios os critérios evangélicos.

domingo, 18 de agosto de 2013

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA







ORAÇÃO A NOSSA SENHORA ASSUNTA AO CÉU

PAPA PIO XII
ESCREVEU ESTA ORAÇÃO
Oh Virgem Imaculada, Mãe de Deus e dos Homens. Cremos com todo o fervor de nossa fé em Tua triunfante Assunção em alma e corpo ao céu, onde és aclamada rainha por todo o coro dos anjos e por todos os Santos, e a eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor que Te exaltou sobre todas as demais criaturas: para oferecer-se a veemência de nossa devoção e de nosso amor. Sabemos que Teu olhar, que maternalmente acaricia a humilde e sofredora humanidade de Cristo na terra, se sacia no céu na contemplação da gloriosa humanidade da sabedoria incriada, e que o gozo da tua alma, ao contemplar face a face a adorável Trindade faz com que teu coração palpite com beatífica ternura. E nós, pobres pecadores, nós, a quem o corpo se sobrepõe aos anseios da alma, nós Te imploramos que purifique nossos sentidos, de maneira a que aprendamos, cá em baixo, a deleitar-nos em Deus, tão somente em Deus, no encanto das criaturas. Estamos certos de que Teus olhos misericordiosos fixar-se-ão em nossas misérias e em nossas angústias: em nossas lutas e em nossas fraquezas; que Teus lábios sorrirão sobre nossas alegrias e em nossas vitórias; que Tu ouvirás a voz de Jesus dizer-Te de todos nós, como o fez Ele de seu amado discípulo: Aqui está teu filho.

E nós, que Te invocamos, Mãe nossa, nós Te tomamos como o fez João, como guia forte e consolo de nossa mortal vida. Nós temos a vivificante certeza de que teus olhos, que choraram na terra, banhada pelo sangue de Jesus, voltar-se-ão uma vez mais para este mundo presa da guerra, de perseguições, de opressão dos justos e dos fracos. E, com meio à escuridão deste vale de lágrimas, nós esperamos de Tua luz celestial e de Tua doce piedade, consolo para as aflições de nossos corações, para atribulações da Igreja e de nosso país.

Cremos finalmente que na glória, na qual Tu reinais, vestida de sol e coroada de estrelas Tu és, depois de Jesus, o gozo de todos os anjos e todos Santos. E nós, que nesta terra passamos como peregrinos, animados pela fé na futura ressurreição, olhamos para Ti, nossa vida, nossa doçura, nossa esperança. Atraí-nos para Ti com a mansidão de tua voz, para ensinar-nos um dia, depois de nosso exílio, a Jesus, bendito fruto de Teu seio, ó graciosa, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.





Porque te amo,Maria -
 um poema de Santa Terezinha do Menino Jesus



 Quisera cantar, Maria, porque te amo,
Porque, ao teu nome, exulta meu coração
E porque, ao pensar em tua glória suprema,
Minh’alma não sente temor algum.



Se eu viesse a contemplar o teu fulgor sublime
Que supera de muito o dos anjos e santos,
Não poderia crer que sou tua filha
E, então, diante de ti, baixaria meus olhos.



Para que um filho possa amar sua mãe,
Que ela chore com ele e partilhe suas dores…
Pois tu, querida Mãe, nestas plagas de exílio,
Quanto pranto verteste a fim de conquistar-me!…




Ao meditar tua vida escrita no Evangelho,
Ouso te contemplar e me acercar de ti;
Nada me custa crer que sou um de teus filhos,
Pois te vejo mortal e, como eu, sofredora.


Quando o anjo te anunciou que serias a Mãe
Do Deus que reinará por toda a eternidade,
Eu te vi preferir, Maria – que mistério! -,
O inefável, luzente ouro da Virgindade.







Compreendo que tua alma, Imaculada Virgem,
Seja mais cara a Deus que o próprio céu divino;
Compreendo que tua alma, Humilde e doce Vale,
Possa conter Jesus, o grande Mar do Amor!…


Como te amo, Maria, ao declarar-te serva
Do Deus que conquistaste por tua humildade,
Tornou-te onipotente essa virtude oculta.
Ela ao teu coração trouxe a Trindade santa
e o Espírito de Amor, cobrindo-te em sua sombra,
O Filho, igual ao Pai, encarnou-se em teu seio…
Inúmeros serão seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primeiro filho!…

Ó Mãe muito querida, embora pequenina,
Trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso
e nunca tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
O tesouro da Mãe é possessão do Filho,
e sou tua filha, ó Mãe estremecida.
Tua virtude e amor não são, de fato, meus?
E quando ao coração me vem a Hóstia santa,
Teu Cordeiro, Jesus, crê que repousa em Ti!…





Tu me fazes sentir que não é impossível
Os teus passos seguir, Rainha dos eleitos,
Pois o trilho do céu nos tornaste visível,
Vivendo cada dia as mais simples virtudes.
Quero ficar pequena ao teu lado, Maria,
Por ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
Aprendo a praticar a caridade ardente.




Aí escuto absorta, ó Rainha dos anjos,
O canto celestial que jorrou de teu peito;
Ensinas-me a cantar os divinos louvores
E a só me gloriar em Jesus Salvador.
Tuas frases de amor caíram como rosas
Que iriam perfumar os séculos futuros.
O Todo-Poderoso em ti fez maravilhas,
Cujas bênçãos, na prece, quero usufruir.

Quando o bom São José ignorava o milagre
Que intentavas velar com tua humildade,
Tu o deixaste chorar aos pés do Tabernáculo
Que esconde o Salvador e sua eterna Beleza!…
Maria, amo esse teu eloqüente silêncio,
Que soa para mim como um doce concerto,
Melodia cantando a grandeza e o poder
De um coração que espera ajuda só dos céus…

E, mais tarde, em Belém, ó José e Maria,
Rejeitados os vi por todas as pessoas.
Não os recebeu ninguém em sua hospedaria,
Que só os grandes acolhe e não pobres migrantes…
Para os grandes o hotel, portanto é num estábulo
Que a Rainha do céu dá à luz o Filho-Deus.
Minha querida Mãe que acho tão amável,
Como te vejo grande em lugar tão pequeno!


Quando vejo o Eterno envolvido em paninhos
E ouço o fraco vagir desse Verbo divino,
Ó Mãe querida, não invejo mais os anjos,
Porquanto o Onipotente é meu amado Irmão!…
Como te amo, Maria, a ti que, em nossas terras,
Fazes desabrochar essa divina Flor!…
Como te amo escutando os pastores e os magos
Guardando, com amor, tudo no coração!…

Amo ao ver-te também, entre as outras mulheres,
Os passos dirigindo ao Templo do Senhor.
Amo-te apresentando o nosso Salvador
Àquele santo ancião que O tomou em seus braços.
Em princípio, sorrindo, escuto o canto dele,
Logo, porém, seu tom me faz cair em pranto,
Pois, sondando o porvir com olhar de profeta,
Simeão te apresentou uma espada de dores.

Rainha do martírio, até a noite da vida
Essa espada de dor traspassará teu peito.
Cedo tens de deixar o teu país natal,
Fugindo do furor de um rei cheio de inveja.
Jesus cochila em paz nas dobras de teu véu;
José te vem pedir para partir depressa
E logo se revela tua obediência,
Partindo sem atraso ou considerações

Lá na terra do Egito, ó Maria, parece
Que manténs, na pobreza, o coração feliz.
Uma vez que Jesus é a mais bela das pátrias,
Com Ele tendo o céu, pouco te importa o exílio…
Mas, em Jerusalém, uma amarga tristeza,
Como um imenso mar, vem inundar teu peito:
Por três dias Jesus se esconde de teu amor;
Agora é exílio, sim, em todo o seu rigor.

Tu O descobres enfim, e alegria te inunda
Vendo teu belo filho encantando os doutores
E lhe dizes: “Por que, meu filho, agiste assim?
Eis que eu mais o teu pai chorando te buscávamos!”
Então o Filho de Deus responde (oh! que mistério!)
À sua terna Mãe que os braços lhe estendia:
“Por que me procurais?… Não sabeis, talvez,
Que das obras do Pai devo me ocupar?”

O Evangelho nos diz que, crescendo em saber,
 A Maria e José, Jesus obedecia.
E o coração me diz com que infinda ternura
O Menino a seus pais assim se submetia.
Só agora compreendo o mistério do templo:
Palavras de meu Rei envoltas em mistério.
Teu doce Filho, Mãe, quer que sejas exemplo
De quem O busca em meio à escuridão da fé.
Já que o supremo Rei do Céu quis que sua mãe
Se afundasse na noite e em angústias interiores,
Então, Maria, é um bem sofrer assim na terra?
Sim, sofrer com amor é o mais puro prazer.
Tudo quanto me deu Jesus pode tomar;
Dize-lhe que comigo nunca se preocupe…
Que se esconda, se quer; consinto em esperar
Até o dia sem poente em que se apaga a fé.

Sei que, em Nazaré, ó Mãe, cheia de graça,
Longe das ambições, viveste pobremente,
Sem arrebatamento ou êxtase e milagre
Que te adornasse a vida, ó Rainha do Céu.




Na terra é muito grande o bando dos pequenos
Que, sem temor, a ti elevam seu olhar.
É o caminho comum que te apraz caminhar,
Incomparável Mãe, para guiá-los ao céu!

Enquanto espero o céu, ó minha Mãe querida,
Contigo hei de viver, seguir-te cada dia.
Contemplando-te, Mãe, sinto-me extasiada
Ao descobrir em ti abismos só de amor.
Teu olhar maternal expulsa meus temores,
Ensina-me a chorar e também a sorrir.





Em vez de desprezar gozos puros e santos,
Tu os queres partilhar, digna-te a abençoá-los.
Em Caná, ao notar a angústia do casal
Que não sabe ocultar a falta de vinho,
Preocupada contas tudo a teu Jesus,
Esperando de Seu poder a solução.
Parece que Jesus recusa teu pedido
Dizendo: “Isto que importa a mim e a ti, Mulher?”
Mas, lá em seu coração, Ele te chama Mãe
E por ti Ele opera o primeiro milagre…

Pecadores, um dia, ouviam a palavra
Daquele que no céu deseja recebê-los.
Junto deles te vejo, ó Mãe, sobre a colina,
E alguém diz a Jesus que tu pretendes vê-Lo.
Então o Filho de Deus, diante da turba inteira,
Mostrou a imensidão de Seu amor por nós
Dizendo: “O meu irmão e minha Mãe quem é?
Não é outro senão quem faz minha vontade”.

Virgem Imaculada, a mais terna das mães,
Ao escutar Jesus tu não ficaste triste
Mas te alegraste, pois Ele nos fez saber
Que nossa alma, aqui embaixo, é Sua família.
Tu te alegras por ver que Ele nos dá Sua vida,
E os tesouros sem fim de Sua divindade!…
Como, pois, não te amar, ó Mãe terna e querida,
Ao ver tamanho amor e tão grande humildade?

Tu nos amas, ó Mãe, como Jesus nos ama
E consentes, por nós, em afastar-se dele.
Amar é tudo dar; depois, dar-se a si mesmo.
Isto provaste ao te tornares nosso apoio.
Conhecia Jesus tua imensa ternura
E os segredos de teu coração maternal.
Ele nos deixa a ti, do pecador Refúgio,
Quando abandona a cruz para esperar-nos no céu.

Tu me apareces, Mãe, no cimo do Calvário,
De pé, junto da cruz, qual padre ao pé do altar,
E ofertas, para aplacar a justiça do Pai,
Teu querido Jesus, esse doce Emanuel…

Um profeta já disse, ó Mãe tão desolada:
“Não há dor neste mundo igual à tua dor”!
Ficando aqui no exílio, ó Rainha dos mártires,
Todo o sangue que tens no coração nos dás.

O teu único asilo é a casa de São João;
Filho de Zebedeu deve substituir Jesus!…
É o detalhe final que vem nos evangelhos
E não se fala mais da Rainha dos céus.
Mas, Mãe querida, teu silêncio tão profundo
Não revela tão bem a nós que o Verbo eterno
Quer cantar Ele próprio o louvor de tua vida
Para poder encantar teus filhos lá no céu?

Logo, logo ouvirei essa doce harmonia;
Cedo irei para o céu a fim de lá te ver.
Tu que, no amanhecer da vida, me sorriste,
Vem me sorrir de novo, ó Mãe! Já se faz noite!…
Não tenho mais temor do brilho de tua glória;
Contigo já sofri, o que desejo agora
É cantar, em teu colo, ó Mãe, porque é que te amo
E mil vezes dizer-te que sou tua filha!…

sábado, 10 de agosto de 2013




DIA 11 DE AGOSTO - DOMINGO

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM 




Antífona da entrada: 


Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. 
Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22s).



Oração do dia


Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. 

Leitura (Sabedoria 18,6-9)

Esta mesma noite tinha sido conhecida de antemão por nossos pais, para que, conhecendo bem em que juramentos confiavam, ficassem cheios de coragem. 
Assim vosso povo esperava tanto a salvação dos justos...


Salmo responsorial 32/33
Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! 
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! 
Aos retos fica bem glorifica-lo. 
Feliz o povo cujo Deus é o Senhor 
e a nação que escolheu por sua herança! 

Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem 
e que confiam, esperando em seu amor, 
para da morte libertar as suas vidas 
e alimentá-los quando é tempo de penúria. 

No Senhor nós esperamos confiantes, 
porque ele é nosso auxílio e proteção! 
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, 
da mesma forma que em vós nós esperamos!



2a Leitura (Hebreus 11,1-2.8-19)


A fé é o fundamento da esperança, 
é uma certeza a respeito do que não se vê....

Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido, viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra...

Dizendo isto, declaravam que buscavam uma pátria. 
E se se referissem àquela donde saíram, 
ocasião teriam de tornar a ela... 
Mas não. Eles aspiravam a uma pátria melhor,
isto é, à celestial. 

Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. 
E isso é um ensinamento para nós! 


Aleluia, aleluia, aleluia. 

É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir não sabeis, não! (Mt 24,42.44) 
Evangelho  Lucas 12,32-48. 

Disse Jesus: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. 
Vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói. 
Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.

Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 
Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. 
Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á. 
Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos! 
Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 
Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem”. 

Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?” 
O Senhor replicou: “Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 
Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 
Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 
Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 
o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 
O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes.

Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir”. 
Palavra da Salvação.





MEDITAÇÃO


“Três verdades: Deus é onipotente, Deus ama‑me imensamente, Deus é fiel às suas promessas. E é Ele, o Deus das misericórdias, quem acende em mim a confiança. Por isso eu não me sinto só, nem inútil, nem abandonado, mas envolvido num destino de salvação que desembocará um dia no Paraíso” 
João Paulo II, Alocução, 20‑IX‑1978;
Deus é onipotente. Estão‑lhe submetidas todas as coisas: o vento, o mar, a saúde, a doença, os céus, a terra... E Ele serve‑se de tudo e dispõe tudo para a salvação da minha alma e da de todos os homens. Não deixa de empregar um único meio para o bem dos seus filhos, por mais que pareçam estar sós e abandonados. Toda a infinita força de Deus coloca‑se a serviço da salvação e santificação dos homens. E ainda que o mau uso da nossa liberdade possa tornar inúteis os meios divinos, sempre é possível o perdão, e sempre é possível, portanto, conservar a esperança. Deus é onipotente; Deus pode tudo, é nosso Pai e é Amor.
G. Redondo, Razón de la esperanza, EUNSA, Pamplona, 1977, pág. 79;.


O Senhor espera a nossa conversão sincera e uma correspondência cada vez mais generosa: espera que estejamos vigilantes para que não adormeçamos na tibieza, para que andemos sempre despertos. A esperança está intimamente relacionada com um coração vigilante; depende em boa parte do amor. 
cfr. J. Pieper, Sobre la esperanza, 3ª ed., Rialp, Madrid, 1961, pág. 48;


“Ter as roupas cingidas” é uma imagem expressiva utilizada para indicar que alguém se preparava para realizar um trabalho, para empreender uma viagem, para entrar em luta. cfr. Jer 1, 17; Ef 6, 14; 1 Pe 1, 13;



E São João Crisóstomo comenta que “com isto, parece confundir aqueles que não põem tanto cuidado em guardar a sua alma como em guardar as suas riquezas do ladrão que esperam”. 
São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. III, pág. 204


Lembra‑te, filho, de que não são menos importantes os micróbios do que as feras. E tu cultivas esses erros, esses desacertos – como se cultivam os micróbios no laboratório –, com a tua falta de humildade, com a tua falta de oração, com a tua falta de cumprimento do dever, com a tua falta de conhecimento próprio... E, depois, esses focos infectam o ambiente. Josemaría Escrivá, Forja, n. 481

São Francisco de Sales

São Francisco de Sales fala‑nos da necessidade de lutar nas pequenas tentações, pois são muitas as ocasiões em que se apresentam num dia corrente e, se se vencem, essas vitórias são mais importantes – por serem muitas – do que se se tivesse vencido uma tentação mais grave. Além disso, ainda que “os lobos e os ursos sejam mais perigosos do que as moscas”, no entanto “não nos causam tantos aborrecimentos, nem provam tanto a nossa paciência”. É fácil – ensina o Santo – “não cometer um homicídio; mas é difícil repelir os pequenos ímpetos de cólera”, que se apresentam com bastante facilidade. “É fácil não furtar os bens do próximo, mas é difícil não os desejar. É fácil não levantar falsos testemunhos em juízo; mas é difícil não mentir numa conversa; é fácil não embriagar‑se, mas é difícil ser sóbrio”.
São Francisco de Sales, Introdução à vida devota, IV, 8




Se nos acostumarmos a fazer um ato de amor em cada tentação, em tudo aquilo que em nós ou nos outros pode ser origem de uma ofensa a Deus, ficaremos cheios de paz, e o que podia ter sido motivo de derrota é convertido por nós em vitória. Além deste imenso bem para a alma, diz o mesmo Santo que “quando o demônio vê que as suas tentações nos levam a esse amor divino, cessa de tentar‑nos”.

São Francisco de Sales, Introdução à vida devota,IV, 9.