CHAMADO
As leituras bíblicas da santa Missa deste domingo deram-me a oportunidade de retomar o tema da chamada de Cristo e das suas exigências, tema sobre o qual me detive também há uma semana, por ocasião das Ordenações dos novos presbíteros da Diocese de Roma. De fato, quem tem o privilégio de conhecer um jovem ou uma moça que deixa a família de origem, os estudos ou o trabalho para se consagrar a Deus, sabe bem do que se trata, porque tem diante de si um exemplo vivo de resposta radical à vocação divina.
Esta é uma das experiências mais bonitas que se fazem na Igreja: ver, sentir a ação do Senhor na vida das pessoas; experimentar que Deus não é uma entidade abstrata, mas uma Realidade tão grande e forte que enche de modo superabundante o coração do homem, uma Pessoa viva e próxima, que nos chama e pede para ser amada.
O evangelista Lucas apresenta-nos Jesus que, no seu caminho rumo a Jerusalém, encontra alguns homens, provavelmente jovens, os quais prometem segui-lo onde quer que ele vá. Ele mostrou-se muito exigente com eles, admoestando-os que "o Filho do homem – isto é Ele, o Messias – não tem onde repousar a cabeça", ou seja não tem uma habitação sua estável, e que quem escolhe trabalhar com Ele na vinha do Senhor jamais poderá arrepender-se (cf. Lc 9, 57-58.61-62). A outro jovem o próprio Cristo diz: "Segue-Me", pedindo-lhe um desapego total dos vínculos familiares (cf. Lc 9, 59-60).
Estas exigências podem parecer demasiado severas, mas na realidade expressam a novidade e a prioridade absoluta do Reino de Deus que se torna presente na própria Pessoa de Jesus Cristo. Em última análise, trata-se daquela radicalidade que é devida ao Amor de Deus, ao qual Jesus é o primeiro que obedece.
Quem renuncia a tudo, até a si mesmo, para seguir Jesus, entra numa nova dimensão da liberdade, que São Paulo define "caminhar segundo o Espírito" (cf. Gl 5, 16). "Cristo libertou-nos para a liberdade!" – escreve o Apóstolo – e explica que esta nova forma de liberdade que nos foi conquistada por Cristo consiste em estar "ao serviço uns dos outros" (Gl 5, 1-13). Liberdade e amor coincidem! Ao contrário, obedecer ao próprio egoísmo leva a rivalidades e conflitos.
"Oração não é tempo perdido",
diz Papa
Catequese de Bento XVI - 29/08/2012
Nós vemos esta grande figura de João Batista, esta força na morte, na resistência contra os poderosos. Nos perguntamos: de onde nasce esta vida, esta interioridade tão forte, tão reta, coerente, gasta tão completamente por Deus a preparar o caminho para Jesus? A resposta é simples: da relação com Deus, da oração, que é o fio condutor de toda sua existência.
Nós vemos esta grande figura, esta força na morte, na resistência contra os poderosos. Nos perguntamos: de onde nasce esta vida, esta interioridade tão forte, tão reta, coerente, gasta tão completamente por Deus a preparar o caminho para Jesus? A resposta é simples: da relação com Deus, da oração, que é o fio condutor de toda sua existência.
Mas João Batista não é apenas um homem de oração, de contato constante com Deus, mas também um guia para este relacionamento. O evangelista Lucas, recordando a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o "Pai Nosso", observa que o pedido é feito pelos discípulos com estas palavras: "Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou os seus discípulos" (cf. Lc 11, 1).
Queridos irmãos e irmãs, celebrar o martírio de São João Batista lembra também a nós, cristãos do nosso tempo, que não podemos nos esquivar do compromisso com o amor de Cristo, sua Palavra, a Verdade. Verdade é verdade, não pode ser negociada.
Oração não é tempo perdido, não é tirar o tempo das nossas atividades, incluindo as apostólicas, é exatamente o contrário: só se formos capazes de ter uma fiel vida de oração, constante, confiante, será o próprio Deus a nos dar força e capacidade para viver de modo feliz e sereno, superar as dificuldades e testemunhá-Lo com coragem
INTENÇÕES DO MÊS DE SETEMBRO
Geral: Para que os políticos ajam sempre com honestidade, integridade e amor à verdade.
Missionária: Para que nas comunidades cristãs aumente a disponibilidade à doação de missionários, sacerdotes e leigos, e de recursos concretos em favor das Igrejas mais pobres.
Dos Bispos: Para que os movimentos eclesiais e de comunidades de vida, sejam fermento evangélico e profético na Igreja e na comunidade civil.
Mariana: Para que Maria, mãe da humanidade, reúna todas as gentes no único povo de Deus.
Sacerdotal: Coração de Jesus, que os sacerdotes com a palavra e a vida, levem os homens a reencontrar realmente si mesmo e sua identidade, viver à altura do próprio ser, a voltar a se ver como uma criatura dependente de Deus.